Com boicote e revolta dos clubes, eleição da CBF cria ‘racha’ no futebol brasileiro
Vinte clubes optaram pela abstenção no próximo domingo

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Nos bastidores da eleição para a presidência da CBF, marcada para o próximo domingo (25), às 10h30, uma guerra fria se intensificou entre os clubes das Séries A e B e o bloco das federações estaduais que sustentam a candidatura única de Samir Xaud.
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Durante a semana, a tensão se espalhou por grupos de WhatsApp e reuniões reservadas. O que se vê é um cenário onde a política do futebol brasileiro é comandada longe dos gramados, com ameaças veladas e desconfiança explícita.
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Entenda o descontentamento dos clubes com a CBF
O descontentamento é generalizado entre os clubes. Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista e nome que reunia maior consenso entre os clubes, não conseguiu registrar sua candidatura por falta de apoio entre as federações. Isso provocou uma sensação de impotência e revolta, traduzida em uma carta conjunta entregue à CBF, exigindo mudanças profundas no processo eleitoral, como a revisão do peso dos votos e maior representatividade para os clubes.
No atual sistema, as federações têm peso três no colégio eleitoral, contra dois da Série A e um da Série B. Com isso, as federações somam 81 votos em um universo de 141, o que garante o controle absoluto às entidades estaduais.
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Criação da Liga volta à discussão
Assim, 20 clubes optaram por não comparecer à votação, num boicote simbólico para marcar posição. No entanto, já indicam que estarão abertos ao diálogo com a futura gestão, desde que ela esteja disposta a discutir temas como a criação da Liga, o fair play financeiro e a profissionalização da arbitragem.
A percepção é de que a CBF agiu de forma unilateral, sem qualquer esforço para conciliar interesses ou construir consenso com os protagonistas do futebol nacional. A reclamação é de que a chapa que será eleita não ouviu os clubes e apenas impôs a vontade das federações.
Com a maioria dos clubes insatisfeita e articulada, o risco de um racha institucional nos próximos meses é real. A Liga, que parecia distante, voltou à mesa com força, e muitos já falam abertamente que o próximo o pode ser a ruptura. Xaud, médico de 41 anos, será eleito para mandato de quatro anos - 2025-2029.

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