Federações divulgam manifesto por renovação após afastamento de Ednaldo da CBF
Documento assinado por 19 entidades estaduais defende mudanças estruturais no futebol brasileiro

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Presidentes de 19 federações estaduais de futebol am um manifesto defendendo a renovação do futebol brasileiro. O documento foi divulgado nesta quinta-feira (15), mesmo dia em que Ednaldo Rodrigues foi destituído da presidência da CBF pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Fernando Sarney assumiu como interventor da entidade após a decisão judicial.
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O manifesto não menciona o nome de Ednaldo Rodrigues e defende que é "preciso virar a atual página de judicialização e instabilidade" no futebol brasileiro. O texto foi assinado por aproximadamente 70% das federações do país, enquanto oito não aderiram ao documento: São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso.
A divulgação ocorreu no Rio de Janeiro, sede da CBF, durante a noite. Alguns signatários, como Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj), estiveram na entidade para encontrar Fernando Sarney.
O grupo de federações ainda não definiu quem apoiará para a presidência da CBF. Um dos signatários informou ao site GE que "o candidato será definido dentro do grupo". Fernando Sarney prometeu convocar eleições "o mais rápido possível".
Ednaldo Rodrigues tenta retornar à presidência com recurso no Supremo Tribunal Federal, em Brasília. Esta é a segunda vez que ele é afastado por decisão judicial. No início da semana, ainda como presidente, Ednaldo havia reunido dirigentes para discutir o cenário político, mas não conseguiu obter manifestações de apoio das federações.
O que diz o manifesto das federações
No manifesto, os presidentes das federações afirmam: "Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro". O documento também defende: "O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas."
O texto completo inclui ainda: "Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional."
Veja o manifesto na íntegra:
"MANIFESTO PELA ESTABILIDADE, RENOVAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO DO FUTEBOL BRASILEIRO. 15 DE MAIO DE 2025.
O futebol brasileiro vive um momento decisivo. É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam o potencial do nosso futebol. Precisamos de um calendário equilibrado, arbitragem profissionalizada, gramados de qualidade, segurança nos estádios e competições fortalecidas.
Para que isso aconteça, é fundamental garantir estabilidade institucional à CBF. Precisamos virar a atual página de judicialização e instabilidade que há mais de uma década compromete o bom funcionamento da entidade e o avanço do futebol brasileiro. É também momento de resgatar a autonomia interna da CBF, hoje sufocada por uma estrutura excessivamente centralizada e desconectada das instâncias que compõem o ecossistema do futebol nacional.
Além da estabilidade, o cenário exige uma renovação de ideias, de práticas e de lideranças, bem como a profissionalização definitiva das estruturas de gestão. A CBF precisa ser exemplo de governança, eficiência e transparência — e também precisa voltar a ser a casa de todos que constroem o futebol brasileiro, com um ambiente saudável, inspirador e descentralizado, em que cada um possa contribuir ativamente para a melhoria do esporte que constitui verdadeiro patrimônio nacional.
Unidos com esse propósito, assumimos o compromisso de construir uma candidatura à Presidência e Vice-Presidências da CBF comprometida com um novo ciclo para o futebol brasileiro: mais democrático, mais integrado e mais aberto à participação de todos. Queremos uma CBF forte, querida por dentro, irada por fora — e novamente amada por todos que fazem do futebol a alma do nosso país."

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