Pitaco do Guffo: análise tática da estreia de Ancelotti
Time desentrosado pecou na construção, mas foi bem defensivamente

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O Brasil empatou com o Equador por 0 a 0 em Guayaquil, nesta quinta-feira (5), ficando momentaneamente em quarto lugar na tabela com 22 pontos. Particularmente, eu tinha muita expectativa para este jogo para perceber o peso da influência do novo treinador nos jogadores e na atitude durante a partida. Vejamos alguns pontos nesta análise tática da estreia de Ancelotti.
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Como era de se esperar, a Seleção foi escalada no 4-3-3, mas provavelmente ao longo do tempo Ancelotti repense o esquema tático. Não que isso seja fundamental, mas pode ser que ele entenda que talvez nossos meio-campistas não tenham as características para jogar assim e ter um bom volume de construção com a bola.
Um primeiro tempo defensivo
Uma novidade já no primeiro tempo foi o posicionamento de Casemiro, muitas vezes afundando entre os zagueiros e formatando uma linha de 5. Isso deu consistência defensiva, e o fato do Brasil não ter sofrido gols já é uma boa notícia. O time jogou grande parte do primeiro tempo com o bloco baixo, deixando o Equador tocar bola na intermediária, mas sem conseguir atacar a profundidade.

Importante ressaltar que o Brasil venceu 52% dos duelos aéreos e 59% dos duelos totais na partida. Ou seja, na disputa física pela bola, a Seleção foi bem. É um bom começo para um time que parecia muito frouxo neste quesito, e deixava que os adversários dominassem as partidas, criassem muitas chances e marcassem gols.
Há muito trabalho pela frente
Um fator que eu queria ver nesse time do Ancelotti, e não vi ainda, é aquela vontade de vencer a partida constante. Aquele “instinto matador” que sempre diferenciou os bons times que vestiram a Amarelinha ao longo da história, e que essa geração parece não ter. Talvez esse trabalho psicológico seja o maior desafio de Carletto na Seleção.
Com a bola, claramente há muito trabalho pela frente. O time muito desentrosado, com pouco treino, enfrentando uma seleção forte e bem treinada. Muitos es errados (83% de acerto), movimentações desconexas e apenas três finalizações em toda a partida. Nem dá para sinalizar se individualmente alguém foi bem ou mal, pois o coletivo não funcionou na hora da construção. Mas normal dentro do contexto.

Um bom lance individual foi a pressão de Estêvão no primeiro tempo que quase gerou um gol, talvez a melhor chance do Brasil. Como vemos no print do lance (acima), não foi um movimento coordenado coletivo, já que os setores estavam bem distantes. Nesse caso, o ideal teria sido se Estêvão, ao roubar a bola, tentasse ele finalizar. Mas já mostra que pode haver um caminho para um time que pressiona alto e sabe o que fazer quando criar esse tipo de chances. A análise tática da estreia de Ancelotti nos mostra um futuro, e eu quero acreditar nele.
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Gustavo Fogaça escreve sua coluna no Lance! nas noites de segunda e quinta-feira. Leia outras publicações do colunista nos links abaixo:
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